Musa inspiradora do Colégio D. Luísa Sigea, notável humanista, poetisa, intelectual e pedagoga do século XVI, nasceu em Toledo em 1522, tendo vivido boa parte da sua vida na corte portuguesa ao serviço da infanta D. Maria de Portugal, filha do rei D. Manuel I e Maria de Áustria.
Senhora de uma invulgar cultura, que a distinguia sobremaneira das mulheres suas contemporâneas, Luísa Sigea não foi tímida a mostrar as suas habilidades. Em 1540, com apenas 18 anos, escreveu uma carta ao Papa Paulo III em cinco línguas: latim, grego, hebraico, siríaco e arábico. O pontífice, maravilhado com o engenho da escritora, respondeu-lhe louvando o extraordinário dom “que poucas vezes se encontra em homens quanto mais em mulheres”.
Muito versada nas línguas latina, grega, hebraica, caldaica, siríaca, castelhana e portuguesa, fez parte da corte literária da infanta D. Maria, de quem foi mestra de primeiras letras, de latim e de grego. Consta que aos 22 anos falava nove línguas. Dedicou-se muito à música, sendo uma das melhores professoras do seu tempo.
Entre a sua obra poética destaca-se o poema em latim “Sintra”, dedicado à infanta D. Maria, onde descreve as maravilhas desta localidade e sua envolvência.
A julgar pelos elogios que lhe foram dedicados, além do seu talento e notável cultura, Luísa Sigea deverá ter sido mulher de grande beleza e com excelentes dotes sociais.
Aquando da sua morte, em 1546, muitos foram os poetas e intelectuais que lhe dedicaram epitáfios. Destaca-se o realizado pelo humanista português André de Resende que referiu “Aqui jaz Luísa Sigea. Isto basta. Quem ignora o resto, necessitando explicação, é bárbaro, avesso às artes.”